Bate Papo do Beto:
From: "Roberto Ferrari Borba"
Date: Thu Aug 31, 2000 3:52am
Subject: Padrão da raça Beagle
Oi, Novais!
Beleza que você está interessado na raça Beagle. Padrão comentado não tenho, mas segue uma série de observações sobre pontos que reputo básicos para a compreensão e a avaliação da raça. Claro que não tenho nenhuma pretensão a papa da raça, tudo está aberto à discussão.
Beleza que você está interessado na raça Beagle. Padrão comentado não tenho, mas segue uma série de observações sobre pontos que reputo básicos para a compreensão e a avaliação da raça. Claro que não tenho nenhuma pretensão a papa da raça, tudo está aberto à discussão.
Origem
e função
O Beagle nasceu de uma solução de compromisso. Os caçadores ingleses desejavam ter a opção de caçar no campo a pé, mas é complicado acompanhar um Foxhound (o rastreador de campo inglês padrão) campo afora sem ser a cavalo. A necessidade apontava para um cão de pequeno porte, de modo que fosse restrita a extensão de terreno que o mesmo pudesse bater, permitindo desse modo ser acompanhado a pé, mas ao mesmo tempo o ideal era que fossem preservadas certas características de estrutura essenciais a um rastreador de campo. Daí surgiu essa pequena obra-prima que é o Beagle: um Foxhound miniaturizado, sintetizando energia, força, resistência, agilidade, determinação e capacidade de movimentação em um corpo compacto. Aqui temos um primeiro ponto essencial para a avaliação de um exemplar da raça: não é por ser pequeno e bonitinho que um Beagle é um pet de apartamento, ele é um cão de trabalho de campo, um atleta, um maratonista capaz de bater uma trilha horas a fio até a lebre ficar exausta mas ele não. Consequentemente, é essencial para um Beagle ter pulmões: largura de peito, profundidade de peito (abaixo dos cotovelos, o que é raro, mas precisa) e projeção de ante-peito. Também deve ser musculoso e ter uma ossatura muito robusta relativamente ao tamanho. O pescoço precisa ser longo, permitindo ao animal baixar o focinho junto ao chão para rastrear sem ter sua desenvoltura de movimentação prejudicada. Não é essencial uma grande angulação, mas os aprumos e o paralelismo devem ser perfeitos.
O Beagle nasceu de uma solução de compromisso. Os caçadores ingleses desejavam ter a opção de caçar no campo a pé, mas é complicado acompanhar um Foxhound (o rastreador de campo inglês padrão) campo afora sem ser a cavalo. A necessidade apontava para um cão de pequeno porte, de modo que fosse restrita a extensão de terreno que o mesmo pudesse bater, permitindo desse modo ser acompanhado a pé, mas ao mesmo tempo o ideal era que fossem preservadas certas características de estrutura essenciais a um rastreador de campo. Daí surgiu essa pequena obra-prima que é o Beagle: um Foxhound miniaturizado, sintetizando energia, força, resistência, agilidade, determinação e capacidade de movimentação em um corpo compacto. Aqui temos um primeiro ponto essencial para a avaliação de um exemplar da raça: não é por ser pequeno e bonitinho que um Beagle é um pet de apartamento, ele é um cão de trabalho de campo, um atleta, um maratonista capaz de bater uma trilha horas a fio até a lebre ficar exausta mas ele não. Consequentemente, é essencial para um Beagle ter pulmões: largura de peito, profundidade de peito (abaixo dos cotovelos, o que é raro, mas precisa) e projeção de ante-peito. Também deve ser musculoso e ter uma ossatura muito robusta relativamente ao tamanho. O pescoço precisa ser longo, permitindo ao animal baixar o focinho junto ao chão para rastrear sem ter sua desenvoltura de movimentação prejudicada. Não é essencial uma grande angulação, mas os aprumos e o paralelismo devem ser perfeitos.
Movimentação, temperamento e apresentação em pista
Afora os galgos, o Beagle é uma das raças que maior capacidade de cobertura de solo possui relativamente ao tamanho. Como todo cão de campo, sua movimentação deve ser enérgica e fluente sem demonstrar maior esforço para tanto, com potente propulsão e amplo alcance. Muita atenção com Beagles que tem movimentação "picada", curta, com anteriores rígidos proporcionando alcance reduzido: é um defeito grave e comum no plantel brasileiro. Em pista o Beagle deve ser apresentado com guia solta e andar com naturalidade, feliz, demonstrando satisfação por estar ali, exibindo-se. Não exijam que ele levante a cabeça, lembrem-se que ele é um sabujo; ao contrário, o árbitro nessa ocasião deve aproveitar para verificar se o pescoço é correto, de acordo com o já referido acima. Se o Beagle é apresentado enforcado, mantido em passo curto pelo handler, este quer esconder das três uma: ou o exemplar não está treinado, ou não tem temperamento ou (o caso mais comum) não anda corretamente mesmo. Na mesa o Beagle não deve fazer menção de recuar quando o árbitro se aproxima para examiná-lo, deve ficar excitado, com a cauda balançando alegremente, louco por essa oportunidade de se mostrar.
Afora os galgos, o Beagle é uma das raças que maior capacidade de cobertura de solo possui relativamente ao tamanho. Como todo cão de campo, sua movimentação deve ser enérgica e fluente sem demonstrar maior esforço para tanto, com potente propulsão e amplo alcance. Muita atenção com Beagles que tem movimentação "picada", curta, com anteriores rígidos proporcionando alcance reduzido: é um defeito grave e comum no plantel brasileiro. Em pista o Beagle deve ser apresentado com guia solta e andar com naturalidade, feliz, demonstrando satisfação por estar ali, exibindo-se. Não exijam que ele levante a cabeça, lembrem-se que ele é um sabujo; ao contrário, o árbitro nessa ocasião deve aproveitar para verificar se o pescoço é correto, de acordo com o já referido acima. Se o Beagle é apresentado enforcado, mantido em passo curto pelo handler, este quer esconder das três uma: ou o exemplar não está treinado, ou não tem temperamento ou (o caso mais comum) não anda corretamente mesmo. Na mesa o Beagle não deve fazer menção de recuar quando o árbitro se aproxima para examiná-lo, deve ficar excitado, com a cauda balançando alegremente, louco por essa oportunidade de se mostrar.
Cauda
É a marca registrada da raça e tem uma função essencial de sinalização. No campo o Beagle assinala sua posição para o caçador por meio do latido vigoroso e da cauda ereta, com a ponta branca balançando, perfazendo uma bandeirola. A cauda deve ser longa (muitos árbitros teimam em exigir cauda na altura do crânio, o que é padrão AKC e contra a função, nós somos FCI, lembrem-se!) e firme, com a ponta branca bem visível, e portada alta em curva suave tipo cimitarra. Um Beagle de cauda baixa ou ao contrário, portada sobre o dorso, ou com a ponta branca mal se notando de tão diminuta, é descaracterizante, não importando que o restante do exemplar seja a oitava maravilha. Um Beagle se movimentar com a cauda baixa é inadmissível. Se o exemplar em stay portar naturalmente a cauda alta, sem a ajuda do handler, isso deve ser valorizado, ainda mais se a cauda for longa e grossa, pois significa que o cão tem excelente musculatura. Enfim, não quero encher o saco com um tratado, estes são os pontos que considero os mais nevrálgicos para julgamento pelo que observo nas pistas no Brasil. Para alguma outra dúvida que eu não tenha abordado, estou à disposição.
É a marca registrada da raça e tem uma função essencial de sinalização. No campo o Beagle assinala sua posição para o caçador por meio do latido vigoroso e da cauda ereta, com a ponta branca balançando, perfazendo uma bandeirola. A cauda deve ser longa (muitos árbitros teimam em exigir cauda na altura do crânio, o que é padrão AKC e contra a função, nós somos FCI, lembrem-se!) e firme, com a ponta branca bem visível, e portada alta em curva suave tipo cimitarra. Um Beagle de cauda baixa ou ao contrário, portada sobre o dorso, ou com a ponta branca mal se notando de tão diminuta, é descaracterizante, não importando que o restante do exemplar seja a oitava maravilha. Um Beagle se movimentar com a cauda baixa é inadmissível. Se o exemplar em stay portar naturalmente a cauda alta, sem a ajuda do handler, isso deve ser valorizado, ainda mais se a cauda for longa e grossa, pois significa que o cão tem excelente musculatura. Enfim, não quero encher o saco com um tratado, estes são os pontos que considero os mais nevrálgicos para julgamento pelo que observo nas pistas no Brasil. Para alguma outra dúvida que eu não tenha abordado, estou à disposição.
Abraços
Roberto Ferrari Borba
Roberto Ferrari Borba